O Que é Inflação Segundo o Governo e a Mídia?
De acordo com o governo e os veículos tradicionais de mídia, inflação é o “aumento generalizado dos preços”. Essa definição, além de superficial, é enganosa. A narrativa oficial sugere que os preços sobem por fatores externos como choques de oferta, crises globais ou demanda aquecida. Dessa forma, o governo se exime de responsabilidade e finge ser um mero espectador dos acontecimentos econômicos.
Mas será que a inflação é apenas isso? Ou existe algo a mais por trás desse conceito?
O Que é o IPCA e Como Ele é Calculado?
O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) é o principal indicador utilizado pelo IBGE para medir a inflação no Brasil. Esse índice é calculado com base em uma cesta de produtos e serviços consumidos pelas famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos.
O IPCA é composto por diferentes categorias, incluindo alimentação, transporte, habitação, saúde e educação. Cada uma dessas categorias possui um peso diferente dentro do cálculo final. No entanto, há um problema estrutural: a composição dessa cesta é constantemente ajustada pelo próprio governo, o que significa que o IPCA pode ser manipulado para apresentar números mais convenientes às autoridades.
Por exemplo, se o preço da carne sobe muito, o governo pode reduzir o peso desse item no cálculo e aumentar o peso de produtos que tiveram uma inflação menor. Assim, a inflação oficial parece mais baixa do que a realidade percebida pelo consumidor.
Para Que Serve o IPCA e Como Ele Influencia a Política Monetária?
O IPCA não é apenas um número abstrato divulgado periodicamente pelo IBGE. Ele serve como base para diversas decisões econômicas do governo, incluindo:
- Correção do salário mínimo: O reajuste do salário mínimo é baseado na inflação do ano anterior, segundo o IPCA.
- Aposentadorias e benefícios sociais: O valor pago pelo INSS e outros programas sociais também é corrigido pelo IPCA.
- Tesouro IPCA e CDBs: Investimentos atrelados à inflação são indexados pelo IPCA, o que significa que, se o índice estiver maquiado, a rentabilidade real desses ativos será menor.
- Taxa Selic: O Banco Central define a taxa de juros com base nas projeções do IPCA, o que influencia todo o crédito da economia.
Ou seja, o IPCA é um pilar central da política monetária, mas será que ele reflete a realidade?
O Grande Erro: Medidas Que Apenas Enxugam Gelo
Sempre que a inflação atinge patamares elevados, o governo adota medidas paliativas para conter seus efeitos. Entre elas, destacam-se:
- Aumento do salário mínimo: Se os preços subiram, a solução lógica parece ser reajustar os salários. No entanto, isso apenas alimenta um ciclo vicioso, pois mais dinheiro circulando leva a novos aumentos de preços.
- Ajuste de benefícios sociais: O governo tenta compensar a perda do poder de compra, mas sem atacar a raiz do problema.
- Controle de preços e subsídios: Em momentos críticos, o governo impõe tabelamentos ou corta impostos temporariamente para mascarar a inflação.
Essas medidas não resolvem a questão central. São apenas paliativos que postergam o problema, sem impedir que ele continue crescendo nos bastidores.
Em 2024, a ineficácia dessas medidas ficou mais evidente do que nunca: o real brasileiro foi a moeda que mais perdeu valor no mundo, registrando uma desvalorização recorde frente ao dólar e outras moedas fortes. Isso significa que, enquanto o governo tentava conter a inflação com reajustes artificiais e políticas paliativas, o mercado respondia com uma dura realidade – a perda de confiança na moeda nacional.
Essa desvalorização não foi apenas reflexo de fatores externos, mas sim consequência direta da expansão monetária descontrolada e da falta de disciplina fiscal. O resultado? Menos poder de compra para a população e um ambiente econômico cada vez mais instável.
Matéria da CNN: Real é a moeda que mais se desvalorizou no mundo em 2024
O Grande Golpe: Como o Governo Rouba e Faz Você Achar que Está Sendo Ajudado
Agora chegamos à parte central do golpe.
A verdadeira inflação não é simplesmente o aumento dos preços – ela é o aumento da base monetária. O governo arrecada 80 através dos impostos, mas gasta 100 para manter sua máquina inchada funcionando. O que ele faz com os 20 que faltam? Simplesmente imprime dinheiro.
Esse aumento da oferta de moeda reduz o valor do dinheiro em circulação, o que faz com que os preços subam. No entanto, há um detalhe crucial: o governo não corrige integralmente os salários, aposentadorias e benefícios sociais de acordo com a inflação real. Ele anuncia que a “inflação oficial” foi 5% e corrige os rendimentos nesse percentual, quando na realidade a inflação gerada pela impressão de dinheiro pode ter sido 20%.
O governo age exatamente como um ladrão que rouba 20 do seu bolso e depois te devolve 5 para que você não perceba o crime. Enquanto isso, o restante do dinheiro novo já foi gasto para manter altos salários, regalias políticas e a compra de votos institucionalizada por meio de programas assistencialistas.
Como se Proteger da Inflação?
Diante desse cenário, a única forma de escapar desse golpe é buscar alternativas que protejam o poder de compra. Algumas estratégias incluem:
- Investir em ativos escassos: Bitcoin, ouro e prata são boas opções para evitar a perda de valor causada pela inflação.
- Evitar investimentos atrelados ao IPCA: Como o IPCA é manipulado, esses investimentos não oferecem uma proteção real contra a inflação.
- Buscar fontes de renda variáveis: Dependendo exclusivamente de salários corrigidos pelo governo, você estará sempre um passo atrás da inflação real.
Conclusão
A inflação é um mecanismo de transferência de riqueza da população para os cofres do governo e dos bancos. O IPCA, longe de ser um indicador confiável, serve apenas para mascarar os verdadeiros impactos da inflação. Enquanto a população não entender esse jogo sujo, continuará perdendo dinheiro sem perceber.
A solução? Educar-se financeiramente, investir de forma inteligente e fugir da armadilha do dinheiro estatal. O único caminho para escapar desse golpe é buscar alternativas descentralizadas e não depender do governo para proteger seu poder de compra.
E se você quer entender melhor por que os governos gastam tanto e continuam aumentando seus déficits sem controle, leia este artigo:
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